Bem-vindo(a). Aqui ando às voltas. Com a vida. Com o doutoramento. Com o blog. Quando as circunstâncias o permitem dou umas voltinhas pela Educação de Infância.
Mostrar mensagens com a etiqueta afectos. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta afectos. Mostrar todas as mensagens

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Mensagem recebida

Juan Muñoz, 1999   Many Times (detail)


Havia um homem que corria pelo orvalho dentro,

O orvalho de muita manhã.

Corria de noite, como no meio da alegria,

pelo orvalho parado da noite.

Luzia no orvalho. Levava uma flecha

pelo orvalho dentro, como se estivesse a ser caçado

loucamente

por um caçador de que nada se sabia.

E era pelo orvalho dentro.

Brilhava.

(Herberto Hélder, A Faca não Corta o Fogo, 2008)

Agradeço à TV pela mensagem, pela sensibilidade e pela empatia. Com admiração e reconhecimento. 

domingo, 28 de dezembro de 2008

Entre um Natal frio e um Ano Novo (?)

Foto: Mia e Tobias, Lisboa, Dezembro 2008

... fica aqui este "entremeio" que nos aquece a alma, pelo menos a minha e a dos donos (Ana e Zé) 

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Avó(s)

"Uma Avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. As Avós não têm nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem 'Despacha-te!'. Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. As Avós usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam historias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes. As Avós são as únicas pessoas grandes que têm sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós.
Toda a gente deve fazer o possível por ter uma Avó, sobretudo se não tiver Televisão".

Recebido por email indicando que foi escrito por uma menina de 8 anos e publicado no Jornal do Cartaxo

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sempre os afectos

Liseberg, Gotemburg 10/09/08

(clicar para abrir)

No meio de tanta burocracia salvam-se os afectos. São eles que nos orientam e nos (des)equilibram. 
A Educação de Infância sempre valorizou (não poderia ser de outro modo) o relacionamento entre as pessoas. Sempre se preocupou em criar tempos e espaços que incentivassem o TER, o SER e o PODER. Que os educadores tenham, sejam e possam retribuir todos os AFECTOS que as crianças lhes dão. 
Vem a propósito do inicio de mais um ano lectivo.

Sobre a foto: 
Os suecos valorizam bastante a pessoa que é a criança. A "cidade" mostra preocupar-se com as pessoas e o ambiente. Gosto da organização, do respeito e da segurança que por lá parece ser evidente. Por isso continuo a ilustrar os posts com fotos de lá sentidas por alguém de cá. 

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Ando às voltas com as teorias


"A minha avó tinha uma teoria muito interessante, dizia que embora todos nasçamos com uma caixa de fósforos no nosso interior, não os podemos acender sozinhos, precisamos, como na experiência, de oxigénio e da ajuda de uma vela. Só que neste caso o oxigénio tem de vir, por exemplo, do hálito da pessoa amada; a vela pode ser qualquer tipo de alimento, música, carícia, palavra ou som que faça disparar o detonador e assim acender um dos fósforos. Por momentos sentir-nos-emos deslumbrados por uma intensa emoção. Dar-se­-á no nosso interior um agradável calor que irá desaparecendo pouco a pouco conforme passa o tempo, até vir uma nova explosão que o reavive. Cada pessoa tem de descobrir quais são os seus detonadores para poder viver, pois a combustão que se dá quando um deles se acende é que alimenta a alma de energia. Por outras palavras, esta combustão é o seu alimento. Se uma pessoa não descobre a tempo quais são os seus próprios deto­nadores, a caixa de fósforos fica húmida e já nunca poderemos acender um único fósforo".


In Laura Esquível (1989) Como Água Para Chocolate, Porto: ASA