De vez enquanto soa [acentua-se] o alarme na opinião pública, porque a indisciplina está a aumentar nas escolas, porque os professores ensinam pouco, porque a escola já não é o que era, porque impera um extremo facilitismo na escola, porque para uns está tudo mal, muito bem para outros, ou nem bem nem mal para terceiros.
O retrato é este: Tem-se a sensação de que todos estão perdidos, sem horizonte ou referencial para agir. Mantêm-se a evidência do descrédito, da desconfiança, da incerteza. Questionam-se formas de comportamento, atitudes e acções demonstradas, tomam-se medidas de combate à indisciplina, definem-se objectivos a curto, médio e longo prazo, calendariza-se reuniões para decidir o que fazer, tomam-se medidas, encomendam-se estudos, manipulam-se estatísticas, faz-se, comunica-se, elabora-se... mas tudo indica que a situação não parece encontrar rumo e prevalece a sensação de que tudo vai piorar! Admiramo-nos e espantamo-nos por as "coisas" estarem como estão.
Não nos entretivemos nas últimas tempos a criar uma sociedade indisciplinada, desconfiada e mal-educada? Não desautorizamos os professores ao ponto de os vermos desmotivados? Não contribuímos ainda que indirectamente para o aumento da violência e da indisciplina em meio escolar?
A disciplina tem-se constituído em preocupação e apreensão permanentes dos educadores que, no entanto, que pouco ou quase nada tem avançado na compreensão do assunto. Em geral, quando os educadores referem-se ao problema da disciplina na escola, normalmente o reduzem a algo que diz respeito somente ao aluno. O problema da disciplina passa a ser entendido como o da indisciplina do aluno. Erro grasso.
Num evento em que os participantes são professores seria de esperar que os mesmos fossem capazes de manifestar comportamentos considerados disciplinados, os mesmos comportamentos que tanto desejam que os seus alunos apresentem na sala de aula. Mas se a nossa sociedade é considerada indisciplinada, se quem de direito não respeita a classe docente e se esta também não se faz respeitar, temos razões para não nos admirarmos de termos chegado ao ponto de encontrarmos a indisciplina nos professores, temos é de nos admirar de não estarmos pior.
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