Bem-vindo(a). Aqui ando às voltas. Com a vida. Com o doutoramento. Com o blog. Quando as circunstâncias o permitem dou umas voltinhas pela Educação de Infância.
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quinta-feira, 26 de março de 2009

Como vai a saúde oral das crianças em Portugal

Recentemente (Dezembro de 2008) Melo, Azevedo & Henriques num artigo publicado na Acta Pediátrica Portuguesa referiam que a saúde oral no nosso país foi votada a total abandono, uma vez que até 2006 não havia qualquer estratégia de saúde oral que englobasse toda a população, nem um departamento que pensasse no problema duma forma sistematizada e com objectivos claros. Mesmo o Plano Nacional de saúde 2004-2010 aborda o assunto de uma forma tímida, como se tratasse dum problema de menor dimensão. Em Portugal Continental, existem programas de promoção e prevenção de saúde oral nas escolas desde 1986, inseridos na Saúde Escolar, mas a sua dimensão é muito limitada, dado que se tem verificado uma escassez de acções de promoção e prevenção da saúde oral por parte das equipas de saúde escolar em grande parte do território. Apesar de, a partir de 1999, o Programa de Promoção de Saúde Oral em Crianças e Adolescentes (PPSOCA) contemplar uma vertente curativa, apenas abrangeu no máximo 50.000 crianças/ano, o que é escasso para um universo estimado em cerca de um milhão de crianças. 
O actual Programa Nacional de Promoção de Saúde Oral (PNPSO) para crianças e adolescentes, no qual o autor participou na sua concepção, teve o seu início em 2006 e carece de uma leitura especializada na sua vertente de acompanhamento e tratamento, para poder ser eficaz na sua essência. Como, até ao momento, essa leitura não foi efectuada (...), este programa encontra-se a funcionar com graves lacunas.
In Melo et al. (2008). Cárie dentária- a doença antes da cavidade. Acta Pediátrica Portuguesa.vol.39, 6,253-259 

sexta-feira, 20 de março de 2009

Jardins Saudáveis



Dou início a um novo blog na área da Educação de Infância que incide especificamente na Educação e Promoção da Saúde.
O meu objectivo é partilhar ideias e materiais, reflectir sobre as práticas pedagógicas, divulgar recursos e eventos e criar uma rede de jardins de infância saudáveis.
Todas as contribuições são bem vindas pelo que está aqui lançado o desafio. Os blogs e os educadores que quiserem aderir e participar no Jardins Saudáveis podem faze-lo através de e-mail ou mensagem.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Divulgação-Curso de Pediatria Comunitária em Águeda


III.º Curso de Pediatria Comunitária, organizado pela ASIC e o Hospital Pediatrico de Coimbra, este ano o mote é «O Infantário e a Escola Seguros»

LOCAL: Centro Paroquial de Recardães-Águeda 

POPULAÇÃO ALVO: 
Profissionais da Educação, da Saúde e Pais 

Pode consultar a informação sobre o curso aqui. Contudo, quando acedi ao site verifiquei que o programa não está correcto, pelo que se houver alguém interessado posso enviar para o email.

Adenda: O programa já foi corrigido. Pode ser acedido no respectivo site. 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Publicação CIEP



Já está disponível no site do CIEP (Universidade de Évora), o livro de actas " A Educação para a Saúde no Século XXI: Teorias, Modelos e Práticas" 


domingo, 23 de novembro de 2008

Andei às voltas pela história

Cheguei a Évora com vontade de passar uns dias envolvida com a história desta terra. Comecei logo pela escolha do hotel. Optei pelo Solar de Monfalim. Hospedei-me na história.
A Universidade de Évora. Mas que raio, andei por ali às voltas sem encontrar o auditório... Pois, era mais abaixo. 
Sentada na terceira fila como eu gosto. Vejo e ouço melhor e dá para tirar umas fotos. 
Andei por aí "saboreando" a cidade. Que maravilha. Que calma, que beleza. Cada passo ao encontro da história. 
Ruas estreitas com fartura. Sempre gostei destes "apertos" e ligações a outros caminhos. 
Pois. O bar do Monfalim. Se queria ter acesso à internet tinha que mudar de aposentos. Bastante agradável, uma vez que podia estar por ali a saborear o meu chá de tília junto a uma lareira quentinha. 
Perdida no meio dos corredores de acesso aos quartos! 
Também arranjei um "tempinho" para visitar a Sé. O museu estava em obras de remodelação. 
Três dias a ouvir falar de alimentação saudável. Mas cá está. Faz aquilo que eu digo e não aquilo que eu faço. Mas podem ter a certeza que a carne de porco e as migas de alguidar são uma delícia. Caso se justificasse algum sentido de coerência (que pelo Congresso foi amplamente evidenciado), este não seria o lugar ideal para um jantar bastante pesado que terminou bem perto das 24H. Há que ponderar quais os processos e os meios que nos podem levar a uma efectiva mudança de hábitos. 
Uma visita à noite. O templo iluminado e uma máquina mal regulada. Resultado é o que se pode ver. 

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

A saúde da educação e a educação da saúde

Foto: Universidade de Évora, 19/11/08

O II Congresso Nacional Educação para a Saúde que se realizou em Évora terminou hoje. Dada a conjuntura actual e como seria de esperar, poucos professores por lá passaram . E só um(a) educador(a). Eu.  
As comunicações foram diversificadas, com algumas reflexões interessantes. Outras mantiveram o padrão já largamente conhecido. Apresentação de projectos de intervenção nos diversos contextos da comunidade. Não tive oportunidade de presenciar comunicações em que se verificasse um efectivo desempenho de parcerias, articulação de serviços e intervenção comunitária. Dos participantes verifiquei alguma dispersão, conhecimentos pouco consistentes, pouca reflexão e muito ruído. Fiquei com a sensação que a educação anda doente e a saúde mal educada. Felizmente que são só sensações. 

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sobre saberes, sobre matemática ...

Duas notas que realço e cito neste post. Tanto podem ser o resultado de concordar com as mesmas como o oposto. Não é essa questão que está aqui em causa. O que interessa é que considerei oportuno registar estas questões. Mais tarde posso necessitar destes apontamentos para o meu trabalho. Esta é a principal utilidade deste blog e provavelmente continuará a ser nos próximos tempos. Quem estiver interessado [caso ainda não o tenha feito] em ler o artigo completo do Professor José Precioso da Universidade do Minho o link é este.

1ª nota:
"Será muita da Matemática que os alunos têm que aprender mais importante para a vida que o Inglês? Ou saber nadar? Ou saber comer correctamente?"

2ª nota:
"Se dedicarmos mais tempo a essa disciplina, como poderemos ter tempo para outras, igualmente importantes? Para mim é um crime que se tenham desviado horas da Formação Cívica ou da Área de Projecto para a Matemática. As recomendações do Grupo de Trabalho para a Educação Sexual, liderado pelo Professor Daniel Sampaio, são bem claras: devem ser aproveitadas para a educação para a saúde dos alunos."

domingo, 2 de março de 2008

Sessão de posters



Quando vou a um congresso, conferência ou encontro onde consta uma sessão de posters fico sempre de pé atrás. Normalmente quem organiza estes eventos não dá a devida importância a este tipo de divulgação do conhecimento . Aliás, na maioria das vezes nem existe um tempo destinado à sessão, e quando existe coincide com o tempo do coffee break . Encontramos sim um conjunto de placards onde estão expostos vários posters, que por ali ficam a aguardar que alguém lhes dedique alguma atenção. Acresce que são poucos os autores que colocam handouts junto dos posters. Talvez tenham razão para o não fazer. Normalmente são poucas as pessoas que estão curiosas e interessadas em conhecer o que os outros andam a investigar ou a trabalhar. Quando se verifica posters "abandonados", não reconhecidos, nem apreciados fico sempre muito mal impressionada com a organização destes eventos. Se não existe respeito e reconhecimento pelos autores dos posters, se não é valorizado o momento de partilha que uma sessão bem dinamizada pode proporcionar, então a divulgação do conhecimento vai muito mal.
No sábado assisti a uma verdadeira sessão de posters sobre a intervenção em ambiente escolar na área da saúde escolar. Durou 2 horas. Foi a primeira vez. E já fui a muitos congressos e já apresentei vários posters. Não devo é ter ido aos congressos certos.

sábado, 1 de março de 2008

Dediquei o dia à Saúde Oral

(clicar na imagem para aumentar)

O encontro multidisciplinar sobre a Integração da Saúde Oral em Ambiente Escolar-as Escolhas do Futuro, que decorreu na Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa apostou em colocar em cima da mesa, as opiniões das diferentes entidades responsáveis pela Promoção da Saúde Oral no contexto educativo.
Estive aqui. Voluntariei-me em nome da Associação de Profissionais de Educação de Infância para prestar o meu contributo, e tentar compreender o que está bem e o que se pode fazer para minimizar o que está mal nas intervenções que se realizam nas escolas e jardins de infância. Existe uma cultura "estranha" em torno destas questões. Por um lado, verifica-se uma cultura de obstáculos e barreiras à implementação de práticas de promoção da saúde. Por outro, encontramos uma cultura de partilha e cooperação. Mundos reais, infâncias em risco, intervenções possíveis. Retrato do país que temos, do que somos e do que queremos ser.
Ganhei bastante com este encontro. Ouvi falar de boas práticas, de projectos inovadores e de caminhos a percorrer. Senti que ainda continuamos na busca de consensos, de encontros produtivos, de resultados efectivos. Precisamos de agilizar os serviços e melhorar a comunicação. Enfim, precisamos de aprender a ser parceiros.

Reflexão: Enquanto uns erguem barreiras, outros constroem moinhos de vento.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

CIEC à vista

O CIEC divulgou hoje o programa das comunicações livres que irão decorrer na Universidade do Minho (Braga) entre 2 e 4 de Fevereiro. No meio de tantos prelectores [pensei até que se tinham esquecido de mim] lá consegui encontrar a minha comunicação mesmo no fim da listagem .
Vou precisar de mais um pouco de tempo para encontrar o nome da Maria e da Rute. Será que encontrarei mais algum bloguista conhecido?

Com boa disposição, bagagem, computador e pen lá irei eu de viagem entre o extremo sul e quase o extremo norte. Para partilhar os bons momentos já conto com boa companhia. Outras surgirão.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Olhar a saúde de cada criança


A saúde e o desenvolvimento são influenciados por uma variedade
de factores que envolvem as crianças, as famílias e as nações. Os factores do meio físico, social e económico, bem como as experiências dos primeiros anos de vida, os estilos de vida e os aspectos de natureza biológica e psicossocial têm um grande impacte na saúde das crianças.
Para uma vida saudável são decisivos os períodos pré-natal e peri-natal, o nascimento e a infância. Atrasos no desenvolvimento da criança aumentam o risco de uma saúde precária, reduzindo as capacidades físicas, cognitivas e emocionais na vida adulta. De acordo com a OMS (2002) “constituem fundamentos importantes da saúde dos adultos a herança genética de cada um, a vida pré-natal e a primeira infância”.
No jardim de infância, o educador acolhe um grupo de crianças com características desenvolvimentais e necessidades de saúde diversas. Tal como a OMS preconiza, cada criança transporta consigo a sua herança genética, o meio ambiente em que nasceu e o estilo de vida em que vive. São estes os três aspectos que o educador de infância deve ter em atenção quando pretende promover a saúde das crianças. Não se pode educar uma criança que não esteja saudável, assim como não se pode tornar saudável uma criança que não seja educada. Neste sentido, a promoção da saúde torna-se central no processo educativo. Afinal não será este o objectivo fundamental da educação de infância?
Reflexão: Arriscaria dizer que não é só objectivo da educação de infância mas da educação em geral...

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Saúde escolar

Van Gogh, Noite Estrelada, 1889

Já algumas vezes me solicitaram informação sobre a Educação e Promoção da Saúde na Educação Pré-Escolar. Normalmente remeto os interessados para estudos que se realizam nos diferentes graus de ensino, mas poucas vezes indico estudos sobre a Educação e Promoção da Saúde na Educação Pré-escolar. A razão prende-se com o facto de existirem, neste grau de ensino, poucos estudos nacionais e internacionais que olhem a Promoção e Educação para a Saúde numa perspectiva global. Contudo, encontra-se alguns estudos que abordam temáticas específicas da Educação e Promoção da Saúde tais como, a alimentação, a educação sexual, a higiene oral, etc.
Porém, a operacionalização das diferentes dimensões do conceito de Educação e Promoção da saúde passa pela aquisição de algum conhecimento sobre a saúde em geral, como e quem a deve promover, que factores condicionam e/ou facilitam essa mesma intervenção, que necessidades de saúde queremos satisfazer, etc.
A saúde esteve, durante bastante tempo, associada à prevenção e ao tratamento da doença. Daí que as intervenções que se realizaram nas escolas e jardins de infância sempre estivessem a cargo das equipas de Saúde Escolar. São estas equipas, através dos seus especialistas, que realizam os rastreios oftalmológicos, a saúde oral e a vacinação das crianças que frequentam a educação pré-escolar e o primeiro ciclo. E como essas intervenções são cada vez mais constantes nas nossas escolas deixo aqui, a título de curiosidade, um apontamento sobre a intervenção dos serviços de saúde nas escolas, num passado distante do qual, por razões óbvias, não podemos ter memória.

Em assumptos de educação o insuccesso é da responsabilidade do educador: a creança tem de acceitar-se tal qual é e dar-se-lhe o maximo
de perfeição possivel; é um ser em trabalho de formação produzido por factores internos e externos, que importa determinar e pôr em movimento.
O exame do alumno mostrando o seu desenvolvimento e estado sanitario, as suas energias physicas e psychicas, permitte adaptar a sua cultura intellectual e moral à sua capacidade organica; elle é tanto mais necessario quanto a permanencia de muitas creanças reunidas na escola, numa immobilidade quasi absoluta e em posições por vezes viciosas, as expõe a doenças contagiosas e a deformações organicas mais ou menos permanentes.
(...) A presente «Caderneta Medico-Pedagogica», inspirada em principios de boa pedagogia, nas ideias expostas nos congressos de hygiene escolar e no exemplo da França, da Allemanha, da Belgica, da Inglaterra,etc., está organisada por fórma a poderem registar-se, num periodo de 7 annos, as observações adquiridas nos successivos exames medicos do alumno e as notas relativas ao seu progressivo desenvolvimento physico e pshychico.
A presente Caderneta Medico-Pedagogica permite que a familia, o medico e o educador exerçam uma vigilancia cuidadosa a respeito da creança, fazendo convergir os seus esforços no sentido de lhe dar uma educação integral. Não tem ella a pretenção de ser um trabalho perfeito; mesmo modesta, porém, sendo usada na escola e na familia póde prestar grandes beneficios á creança, com simultanea utilidade para a raça e para a nação!”


Carvalho, M. (1911). Caderneta Medico-Pedagógica. In J. Moura Marques, Coimbra

Reflexão: O tempo passa, algumas coisas evoluem, outras perduram ... noite estrelada é um quadro maravilhoso.